Olá pessoal, outro dia eu li um post do meu amigo Frederico Maia sobre salário, que também estava vinculado a carreira dele, e também decidi escrever um artigo contando sobre a minha progressão de carreira e naturalmente os salários que tive e o mais importante o que eu tive que fazer no meio do processo de progressão. Vamos lá!
https://dev.to/fredmaiaarantes/meus-salarios-no-brasil-e-como-foi-a-evolucao-da-minha-carreira-2i19
Eu iniciei a minha graduação em Ciência da Computação em 2005, meu conhecimento era perto do zero na época, nem ligar um computador direito eu sabia, na verdade o meu primeiro e-mail no yahoo foi uma colega de classe que fez para mim, pois nem isso eu sabia.
Foi difícil os primeiros anos, mas isso é história para outro artigo, no entanto em 2007, por volta de maio, eu iniciei na TI como estagiário de suporte técnico ao usuário por telefone de uma empresa de internet a rádio em Anápolis. Foram três meses nesse estágio, pois o meu target era ser programador, meu salário era R$ 380,00 por mês, 44 horas semanais. Na empresa que eu iniciei como estagiário em programação trabalhando com Delphi e PHP, mais PHP na verdade, meu salário ainda era os mesmos R$ 380,00 por mês e 44 horas semanais. Ambas as empresas eu mantive uma estratégia antiga que aprendi ainda como balconista de farmácia. Que é ser importante para a empresa e para os projetos. Isso significa conhecer o máximo possível do negócio da empresa, aprender e se tornar um master nas tecnologias que a empresa utiliza. Isso tudo para ter voz ATIVA em decisões e ganhar confiança da diretoria para receber mais responsabilidades.
Apenas um ponto aqui: Há uma relação muito forte entre ter muitas responsabilidades e ser percebido como alguém importante para a empresa, de tal forma que você passa ser um ativo impar pertencendo a lista branca de funcionários, que no fim significa melhor salário para você.
Em 2008, mais ou menos em junho eu fui contratado como CLT, saindo do regime de estágio, e passando a ganhar R$ 900,00 por mês e 44 horas semanais. Lembro ainda, que eu terminei a minha graduação em dezembro de 2008, mas o meu grau de dependência para essa empresa era tão grande, que não havia outra forma de me segurar nesse emprego a não ser me efetivando e quase triplicando o meu salário. Lembro ainda que essa dependência é fruto de estratégia, Deus me dá as oportunidades e eu trabalho para ter bons resultados delas, simples assim!
Eu fiquei nessa empresa até fevereiro de 2010, nessa época o meu salário era de R$ 2000,00 por mês e 44 horas semanais. Mas novamente eu fiz uma manobra, muitos não o fariam, mas eu gosto de tomar riscos, de forma calculada obviamente. Na empresa anterior eu já tinha chegado no topo, já era um gerente-técnico. Realmente o grau de dependência que a empresa tinha dos meus resultados era muito grande, eu recebi mil promessas para que ficasse por lá. Mas eu conseguia ver olhando para o futuro que ali seria a minha estagnação se eu ficasse por lá. Em fevereiro de 2010 eu iniciei nesta outra empresa com o mesmo salário de R$ 2000,00 e 40 horas semanais. Os desafios eram gigantes, para eu ganhar a confiança e obter muitas responsabilidades eu tive que me desdobrar. Mas, uma vez que eu conseguia mais responsabilidades e eu mostrava que eu era capaz de executar as novas atividades com eficiência e eficácia os reajustes de salário eram meio que naturais. Alguns reajustes foram pedidos por mim, outros aconteceram de forma automática.
Apenas um outro ponto aqui: tente ao máximo obter mais responsabilidades que estão com o seu chefe imediato. O seu foco é ganhar confiança do seu chefe para que ele delegue responsabilidades dele para você e você por obrigação tem que ser até melhor que ele na execução dessas novas atividades, para que o seu chefe perceba “e também os demais”. Uma vez que o seu chefe delegue atividades dele para você, naturalmente ele vai ocupar o tempo dessas antigas atividades por outras novas, não tendo mais tempo disponível para ele executar as antigas atividades, criando assim a DEPENDÊNCIA que eu já citei várias vezes aqui neste artigo.
Voltando ao assunto novamente, eu tive as seguintes progressões nesta empresa que iniciei as minhas atividades em 2010 e finalizei em 2017.
No início a minha atividade principal foi de engenheiro de software, mas 5% eram para as questões de liderança e gestão. Em 2010 perto do fim do ano meu salário passou a ser R$ 2500,00 com 40 horas semanais. Em maio de 2011 meu salário passou a ser R$ 3500,00 com 40 horas semanais.
Esse salário de R$ 3500,00 eu fiquei com ele por um bom tempo, inclusive recebi propostas para ganhar até mil reais a mais, mas eu recusei as ofertas justamente por ver que eu podia conseguir mais, tanto como salário como também crescimento em aprendizado. Em 2013, não me recordo bem o mês, acredito que foi por volta de maio, o meu chefe me chamou para uma reunião e por iniciativa da empresa meu salário saiu dos atuais R$ 3500,00 para R$ 5400,00 com 40 horas semanais. Nessa data também eu passei a ser um Coordenador Técnico que hoje é conhecido como Líder Técnico, minhas atividades de programador caíram para 30% do meu tempo, ou menos, e eu liderava por volta de 30 pessoas.
Nessa fase eu comecei a focar muito em ser um bom líder, estudar sobre gestão e tudo relacionado a gerenciamento, custos, pessoas, projetos, etc. Eu fiquei com esse salário por volta de um ano, no final de 2014 o meu salário subiu novamente para R$ 7400,00 com 40 horas semanais. Nessa época eu concentrava muitas atividades na minha mão, eu era o cara que mais conhecia dos diversos produtos da empresa, gerenciava uma grande equipe e ainda continuava me aperfeiçoando cada vez mais. Nessa época eu já havia ultrapassado e marca de mais de 10 certificações internacionais, algumas bem difíceis de se conseguir, exigindo de mim muito foco e planejamento.
Em 2016 eu recebi um novo aumento de salário e foi o ultimo nessa empresa. Meu salário passou a ser R$ 11000,00 com 40 horas semanais. Nesse período eu era gestor 100% do tempo, já havia alcançado o número de 15 certificações, havia iniciado o meu MBA na FGV e no meu histórico havia mais de uma dezena de produtos que eu e meu time havíamos criado do zero e gerava lucro para a empresa, uma série de resultados positivos.
Mas novamente, eu havia chegado no topo novamente, e topo para mim significa muitas coisas somadas juntas. Cargo, salário, conhecimento e visibilidade. Eu até poderia ter dois desses itens, mas não os quatro, e para que eu conseguisse os quatro, eu tinha que sair dessa empresa, e foi o que fiz.
Em setembro de 2017, eu me mudei para a Irlanda como estudante de inglês, com um nível de inglês muito fraco, eu tinha umas metas:
· Aperfeiçoar o meu inglês
· Me reciclar sobre as tecnologias, pois nos últimos 2 anos eu fui basicamente somente gestor, e devido ao meu nível de inglês, somente uma atividade bem técnica seria possível para mim nessa nova jornada
· Reaprender tudo que eu sabia sobre tecnologias, em inglês, pois tudo que eu sabia era apenas em português
· Aprender a fazer entrevistas em inglês e me preparar para as entrevistas técnicas
· Iniciar no novo trabalho em no máximo 4 meses, pois minha família estava no Brasil, e o dinheiro que eu havia deixado e o dinheiro que eu havia trago comigo, tinha uma temporalidade de no máximo 6 meses.
Foram muitas noites com apenas 4 horas dormindo, e estudando 20 horas por dia, mas eu consegui. Em novembro de 2017 eu fui contratado, em 18 de dezembro de 2017 eu iniciei as minhas atividades como Application Developer com a remuneração de € 64000,00 por ano e por 35 horas semanais.
Após dois anos de muito sofrimento com o inglês, esse item passou ser mais um diploma/conhecimento conquistado. Eu troquei o meu visto de trabalho pelo visto que me permite morar na Irlanda sem ter vinculo trabalhista, isso significa que posso trocar de emprego quando quiser, posso trabalhar de “contractor” e tenho flexibilidades que apenas um cidadão de outro pais da Europa teria.
Em janeiro de 2020 eu troquei de emprego, agora eu moro no interior da Irlanda e ganhando salário da capital, Dublin. A minha qualidade de vida realmente deu um salto muito grande, mas isso é um assunto que vou falar no meu podcast que estou desenvolvendo ainda, que em algumas semanas vai sair ao ar, onde vou falar sobre minha carreira e entrevistar um monte de pessoas que também saíram do zero e hoje são profissionais felizes e bem sucedidos, de tecnologia, pelo mundo a fora.
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Cleison Ferreira de Melo
Estía Training.